Foto Eliane Oliveira Monteiro – Divulgação.
Em pleno século 21 e com muitas aberturas comerciais e acordos bilaterais seria de se supor que o medo de empreender e internacionalizar negócios seria sucumbido pela plena oferta quase que gratuita de informação e que está ao alcance das mãos. Entretanto, ainda sim a internacionalização de negócios tem relação estritamente direta com o desconhecido. Mas o que a era da informação/tecnologia proporcionou foi exatamente o poder de abandonar a ideia de que empreender fora do Brasil é impossível ou apenas para grandes empresas.
É essencial desenvolver, no empresário brasileiro, seja no pequeno ou médio, a cultura além mares, o entendimento do mundo negocial como sem fronteiras e de que todo o globo é seu mercado consumidor. Equivocadamente, muitos pensam que ser global é uma estratégia somente para as grandes empresas que já nasceram multinacionais, com grande poderio econômico e que esbanjam recursos.
Internacionalizar envolve diferentes conhecimentos, exige domínio de um grande volume de informações, é um processo complexo que demanda planejamento específico e que, portanto, reúne uma série de desafios específicos, como atuar e concorrer em um mercado global com grande diversidade de produtos, necessidades e regras. Equivoca-se quem entende esses desafios como obstáculos e essa multidisciplinariedade e grande volume de conhecimento exigido não devem desestimular ou impedir a expansão pela internacionalização. Muito pelo contrário, esse receio e temor do mercado externo têm que ser vencidos pelos empresários e comunidade empresarial, e a solução está em desenvolver os conhecimentos e expertises necessários e não em abdicar das oportunidades de negócio e crescimento disponíveis no mercado externos por medo de não saber o necessário.
As empresas podem ter diferentes razões para internacionalizar e isso vai depender muito de seus objetivos e metas, assim como de sua estratégia de crescimento de longo e médio prazo. Algumas das razões que podem estimular a diversificação através da internacionalização são: aproveitar oportunidades comerciais e de desenvolvimento, atender um cliente importante ou realizar alianças, parcerias ou joint ventures, aumentar a lucratividade, coletar dados do mercado dos produtos e/ou serviços da concorrência e formas de negociação, testar o próprio produto em outro mercado, locar-se próximo às fontes de suprimento e desenvolver economia de escala.
São muitos os elementos que justificam o esforço para a internacionalização como expansão de mercado consumidor e menos suscetibilidade às volatilidades do mercado e economias nacionais.
O que normalmente afasta o empresário do mercado internacional é, principalmente, a dificuldade em conhecer todos os aspectos e nuances do mercado global, como precificação, logística, operações de câmbio, negociar com os compradores internacionais. Entretanto, antes dessa fase de efetivação prática, há outras, referentes ao planejamento prévio, tais como: saber como negociar, os aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais. É fundamental conhecer os diversos aspectos que envolvem uma negociação internacional.
A globalização transformou a forma de nos relacionarmos com os outros indivíduos e países, fez nascer novas necessidades e demandas. Mudou a forma de nos conectarmos e consequentemente a forma de fazer negócio. O mundo moderno é altamente veloz, e esse novo ritmo imposto pela globalização e pelas modernas ferramentas de comunicação exige um tempo mais curto de tomada de decisão. As mídias sociais trouxeram uma nova forma de se relacionar com o outro e com as informações.
Com essa revolução na comunicação, não importa onde se está e, sim, o conhecimento que se tem sobre o globo e o relacionamento entre os indivíduos. O mundo atual exige grande habilidade para se ajustar às mudanças, que serão sempre uma permanente realidade; portanto, a adaptabilidade é uma força que se tem que desenvolver no panorama global.
Para vencer esses obstáculos e desenvolver novos paradigmas para alcançar o sucesso no mercado global, surge o chamado global player do mercado internacional. Esse global player já ultrapassou os obstáculos e resistências comportamentais e pré- conceitos da atuação do mercado global, e entende que o mercado como um só, e o mundo como sua área de trabalho. Está mais preparado para os desafios que a atuação global requer, faz a gestão de riscos, considera que a globalização transformou as barreiras comerciais e que conectou todos os mercados. Não é uma questão de convencer o empresário, mas sim de fazê-lo descobrir o mundo como um só mercado.
O toque irônico, ou até mesmo incrivelmente lógico, é que, ao tornar-se global, pode-se e normalmente faz-se com que a empresa cresça no mercado interno, pelo aprimoramento das operações, melhoria do produto, desenvolvimento de um melhor entendimento das necessidades e comunicação com o consumidor.
Por fim é de suma importância compreender o mercado e para isso é primordial o desenvolvimento de um planejamento estratégico com um plano de negócio orientado para a expansão que tem como objetivo minimizar riscos na internacionalização, com análise de viabilidade financeira, identificação de vantagens competitivas e um mapa de ações necessárias.
São justamente falhas no planejamento que levam empresas a fracassarem no seu processo de internacionalização.
Atuar no mercado global envolve muitos elementos e dificuldades, que não podem ser entendidos como inviabilizadores da internacionalização, mas, sim, como guias do que é preciso se conhecer e aprimorar para se alcançar o sucesso na atuação global. É preciso vencer o medo!
atualizado em 06/06/2022 - 15:14