Yanaki Trigo – Divulgação.
Os artistas selecionados para esta edição da residência são convidados a investigar a palavra geradora “Tempo”
2022 vem sendo um ano de muito trabalho e fomento à arte e à educação para o IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto. Além de executar o Projeto BomSerá, restaurando casas históricas de famílias de baixa renda, o IA já realizou três programas de residência artística, diversas oficinas, lives com o público e ações de formação com educadores da região. Agora, o Instituto se prepara para dar início ao 4º Programa de Residência do ano e conclui um ciclo importante de incentivo ao setor.
Os artistas selecionados para o programa são Abiniel João Nascimento, Bruno Novaes, Charlene Bicalho, Nita Monteiro, Shima e Xikão Xikão, que começaram as atividades em 23 de setembro e concluem a imersão em 8 de novembro, com suas pesquisas e práticas educativas e artísticas orientadas pelas curadoras Tainá Azeredo e Valquíria Prates, com a assistência de Pompea Tavares.
O tema pré-estabelecido é TEMPO, como possibilidade de construir sentidos e percorrer dentre os muitos caminhos de pesquisa possíveis, como: durações, ritmos, pulsos, história, memória, sonhos, narrativas em construção, estações, o ciclos, processos, aquilo que muda e aquilo que permanece por causa do tempo, pausas. E também projeções, convívios com quem já foi ou virá, relatividade e calendários, simultaneidades, sincronias e diacronias, modos de medir, controlar e descontrolar, acelerar e desacelerar, processos de envelhecimento, fases de vida, permanência e mutações do vivo.
São realizados encontros virtuais periódicos para dialogar sobre os temas e atuar no conjunto de atividades e acontecimentos que fazem parte da formação e autoformação de artistas. As práticas ocorrem em âmbitos coletivos, individuais e em duplas, além de públicos em lives e redes sociais.
Até o fim do ano, 24 artistas terão participado das residências artísticas do IA Ouro Preto em quatro programas distintos. Já foram concluídos os três primeiros programas do ano. Com os temas Extinção, Ofício e Cuidado. Confira abaixo e nos respectivos links os processos abertos.
Vários artistas e pesquisadores convidados participaram das imersões dos Programas de Residência como Frederico Filippi, Christine Greiner, Vânia Medeiros, Marilia Loureiro, Raphael Escobar e Pazé contribuindo ainda mais para um rico debate acerca das temáticas propostas e, para este 4º programa teremos mais duas pessoas convidadas, Raiz Raiça e Renata Peixe Boi. Como fruto dos programas, também foram realizadas mostras coletivas digitais, como forma de apresentar a produção artística dos participantes e ampliar o alcance e visibilidade.
O Projeto é idealizado pelo IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, realizado pela Secretaria Especial da Cultura e pelo Ministério do Turismo, conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da Gerdau.
Sobre os artistas selecionados
Abiniel João Nascimento: Artista visual, bacharel em museologia (UFPE), educador-pesquisador e fundador da Ka’a Îuru – Escola da Memória. É membro do Coletivo de Arte Negra e Indígena (CARNI) e produtor cultural no coletivo de produção cultural indígena Alfazema Braba. Seus interesses flutuam pelo que habita nas confluências entre corporeidade, territorialidade e espiritualidade, de modo perpendicular à manufatura do arquivo, da memória e do imaginário.
Bruno Novaes: natural de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, atualmente, vive e trabalha na capital do estado entre artes visuais, poesia e educação. Em sua prática, olha para identidades, memórias e afetos das margens, misturando o que é público e o que é íntimo em contranarrativas que borram ficção e realidade. Seu trabalho acontece, sobretudo, por meio da palavra e do desenho, como instalação, publicação e processos de encontro.
Charlene Bicalho: nasceu em João Monlevade em 1982 e é artista interdisciplinar, curadora de articulações criativas e educadora cujo trabalho em vídeo experimental, performance, texto, instalação, interven[ação] e fotografia emerge da intersecção entre crítica institucional, reflexões sobre o legado de comunidades tradicionais, processos em redes e aprendizagem não hegemônicos.
Nita Monteiro: Mulher, mãe, artista visual e podcaster. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, foi durante a graduação que teve contato com diversos profissionais da arte, como o curador Agnaldo Farias, que também orientou seu projeto de iniciação científica sobre intervenção urbana e memória no Arte/Cidade I, II e III. Na mesma universidade, cursou disciplinas nos cursos de Artes Visuais e de Design, além de fazer aulas no ateliê de gravura da artista Kika Levy. Ainda nesse período, estagiou no Museu de Arte Contemporânea da USP, no cargo de assistente de curadoria de Cristina Freire – trabalhando com o acervo de arte latino-americana e engendrando a exposição Vizinhos Distantes –, além de participar do grupo de estudos sobre arte conceitual da instituição.
Shima: (Hirokazu Shimabukuro) nasceu em São Paulo/SP em 1978. Vive e trabalha em Belo Horizonte/MG e Carrancas/MG. Apesar de ter formação em Desenho Industrial e pós-graduação em Gestão Cultural, considera-se um polímata, longe das especializações extremamente precisas, mas muito próximo de investigações profundas e específicas sobre o estar no mundo, associando saberes e disciplinas para traduzir em imagem, palavra e som o que o aproxima da Arte: aparatos para aferir realidades.
Xikão Xikão: tornou-se mestre em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB) no inverno de 2021, após ter se graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no verão de 2014. Seus interesses abarcam questões relativas à autorrepresentação e à identidade. Mais recentemente, busca compreender como o corpo se apresenta no ciberespaço. Desde 2016, mergulha no universo das selfies, dos nudes e dos vlogs, buscando questionar as relações que estabelecemos e as narrativas que criamos com essas autoimagens.
Saiba mais sobre os artistas, clicando aqui
Ações educativas
Como instituição cultural, o IA cumpre um importante papel de formação, envolvendo artistas, escolas, educadores e a comunidade como um todo. Dessa forma, é capaz de perpetuar suas ações em um movimento contínuo na arte, na educação e no patrimônio.
Seus projetos contam com Programas Educativos bem estruturados, que utilizam as temáticas envolvidas para realizar atividades, destacando a pedagogia crítica, as manualidades, a diversidade, a inclusão e os embates entre o tradicional e o contemporâneo nas artes visuais, partindo de abordagens decoloniais da arte para a educação.
Para além dos Programas de Residência realizados, há extensa pesquisa em arte contemporânea e criação de programas públicos com escolas, uma vez que a escola é um importante centro cultural em qualquer cidade onde esteja contextualizada. Para isso, o IA promove programas de formação de professores, publicações educativas e parcerias para ampliação das vivências de estudantes com a arte contemporânea. Já são mais de 950 professores e educadores inscritos no programa, potencializando ainda mais as ações realizadas.
Para que cada vez mais pessoas possam aderir aos debates e diálogos propostos, são realizados encontros virtuais com o público, em lives nas redes sociais e YouTube do IA. Além disso, as Correspondências Pedagógicas do IA continuam como grande atrativo para o público. Com o objetivo de partilhar as conversas, temas e atividades do programa de residência, além de apresentar as pessoas artistas participantes e seus processos criativos em diálogo com os temas geradores, o material é publicado periodicamente ao longo de 2022. As lives e materiais educativos encontram-se disponíveis na aba de conteúdo do site.
Diversas oficinas também estão em execução, associadas com a preservação do Patrimônio e também ao Projeto BomSerá. Em uma iniciativa que firma seu compromisso com a comunidade ouro-pretana e região, o BomSerá oferece a partir dos restauros de casas coloniais, oportunidades formativas no decorrer das obras, com ênfase em atividades específicas ao restauro, que possui características únicas.
Como é importante pensar o futuro conectando ao passado, há também o curso presencial “Agente de Memória e Patrimônio”, voltado para estudantes do primeiro e do segundo ano do ensino médio de escolas públicas e privadas de Ouro Preto e região. Com temáticas investigativas e práticas relacionadas à cultura, à preservação e à memória em contato com oficinas de restauro, trata-se de uma ocasião para ampliar os conhecimentos relacionados ao patrimônio cultural, criar, inventar e construir relações entre passado e presente, bem como desenvolver novas habilidades profissionais.
IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto
Para saber mais sobre as iniciativas do IA, acessar os conteúdos produzidos nos Programas de Residência Artística e conhecer as pessoas, casas e histórias envolvidas no projeto BomSerá, acesse:
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